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Adolescentes contribuem para a construção de conferências. |
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08/06/2011 |
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conanda | | | A comissão organizadora da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente se reuniu em Brasília nos dias 18, 19 e 20 de maio e, junto com os adolescentes representantes de cada região brasileira, começou a elaborar os documentos referenciais que irão orientar estados e municípios na realização de suas conferências.
No primeiro dia do encontro, cada estado brasileiro contou com a representação de um adolescente. O grupo discutiu sobre a importância do protagonismo juvenil no contexto da elaboração do Plano Decenal e da Política Nacional dos Direitos de Crianças e Adolescentes e como essas questões seriam tratadas na 9ª Conferência. Ao final do dia, os meninos e as meninas escolheram representantes de cada região, grupo que participará de todas as reuniões da comissão organizadora da conferência.
Andrea Franzini, coordenador da comissão, enfatizou que a participação dos adolescentes não-eleitos para compor a comissão especial se dará de outra forma. Até a realização da conferência nacional, em 2012, quatro encontros com todos os 27 adolescentes serão realizados, cabendo a eles a responsabilidade de utilizar os aprendizados desta formação para mobilizar mais adolescentes em seus estados e municípios.
“Essa é a nossa hora. Temos que aproveitar essa oportunidade para poder mostrar nosso potencial e capacidade de lutar pelos nossos próprios direitos”, afirmou a adolescente Izamara Alvez Bezerra, 16 anos, representante da região Norte, ao reforçar a importância da participação adolescente na comissão organizadora da conferência nacional. Ainda de acordo com Isamara, “a próxima conferência será melhor, com os adolescentes mais preparados, mais confiantes para participar dos debates e dizerem o que realmente pensam”.
Thallita de Oliveira, 17 anos, representante do Centro-Oeste, acredita que a metodologia da conferência irá gerar mais interação entre os adolescentes e os adultos, fator que contribuirá para que os jovens “levem o conhecimento para suas comunidades”.
Na opinião da representante da região Sul, Aline Buzzi, 15 anos, a participação de adolescentes na comissão foi um grande passo. Para ela, “isso é fundamental para a gente dar a nossa visão da realidade de nossas regiões”. Embora seja sua primeira experiência em relação às conferências, Aline espera que a 9ª conferência estimule os jovens a continuarem lutando por seus direitos.
A paraense Mairã Soares, de 16 anos, acredita que a conferência contará com melhor participação – quantitativa e qualitativa – de adolescentes, o que se torna importante para colocar em evidência as diversidades às quais esses jovens estão inseridos. “A nossa representatividade é para mostrar que a é nossa participação é possível”, destacou Mairã.
“Os adolescentes precisam entender que a entidade é um meio facilitador, mas não é necessário estar integrado formalmente a ela para ter esse processo de representatividade”, destacou o representante da região Sudeste, Luiz Pereira Jr, 14 anos, ao afirmar que o adolescente não precisa estar vinculada a alguma organização para defender seus direitos.
Bate-papo com a Ministra
Todos os 27 adolescentes tiveram a oportunidade de conversar com a presidente do CONANDA, ministra Maria do Rosário, e falaram sobre as dificuldades de cada estado, bem como suas expectativas referentes à participação infanto-adolescente nas conferências.
A participação dos adolescentes fomentou o debate acerca das diversidades em que estão inseridos, suscitando questões referentes a crianças e adolescentes indígenas, negros, quilombolas, com deficiência, moradores de regiões de fronteira, nas proximidades de grandes obras (como hidrelétricas), entre outras particularidades.
“Eu acho que é uma tarefa muito difícil representar um estado inteiro, mas, ao mesmo tempo, se vocês já disserem o que sentem e como pensam, já estarão contribuindo para termos uma ideia de como se sentem os jovens de cada lugar. Claro que é preciso saber que todos vocês têm essa responsabilidade, assim como temos a nossa. Dessa forma, poderemos tomar atitudes juntos”, destacou a ministra Maria do Rosário.
Os adolescentes ressaltaram que poucos conhecem o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que as escolas não têm disciplinas específicas para tratar sobre os direitos infanto-juvenis e que os estados e municípios não estimulam o protagonismo adolescente. “O ECA não é só uma lei, ele tem que ser para nós um sentimento. Eu mesma não conheço todos os artigos. Este sentimento tem que estar dentro de nós”.
A presidente do CONANDA enfatizou que a tarefa dos adolescentes não se encerra com a realização das conferências, ao contrário, se fortalece com as conferências. “Queremos que vocês sejam lideranças, que assumam as responsabilidades com o Brasil, que nunca mais abandonem a ideia de que proteger as crianças. Essa é a maior responsabilidade que temos”, finalizou. |
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Fonte: CONANDA |
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