O mistério persiste sobre o desaparecimento de um garoto de 6 anos do abrigo da prefeitura de Barra do Garças, John Lennon de Oliveira, que sumiu no dia 9 de julho e até hoje a família não sabe se a criança foi raptada ou o que pode ter acontecido com ele.
Em quatro meses, o caso virou também um tabu em Barra do Garças onde as autoridades e segmentos da imprensa local ignoram o assunto porque envolve a prefeitura responsável pelo abrigo denominado Casa Crisálida.
O abrigo é mantido pelo município para atender crianças e adolescentes desamparadas ou com problemas familiares. John Lennon estava no abrigo porque a mãe Elis Regina de Oliveira, 24 anos, perdeu a guarda da criança, no final do ano passado, por ter deixado a criança sozinha em casa e houve um incêndio num lote vizinho.
Hoje, a mãe chora o fato, mas condena o estado. “Eles me tiraram a criança alegando que corria risco, mas o estado sumiram com ele” dispara. Elis disse que o filho não corria risco de morte quando houve o incêndio e de que mesmo sendo pobre ela estava cuidando melhor da criança do que o município na casa de apoio.
A avó da criança, Daria Márcia de Oliveira, 54 anos, é outra indignada com a situação e pede resposta para o caso. O delegado municipal, Adilson Gonçalves, informou que a polícia já investigou todas as pistas possíveis, mas sem descobrir o que realmente aconteceu. “É um caso complicado porque não temos como afirmar se a criança está viva ou morta” colocou o delegado, mesmo porque não foi encontrado o corpo.
No dia do sumiço, John tomou café de manhã e foi visto pela última vez por volta das 10 horas. Na hora do almoço, as funcionárias deram falta dele. Especula-se que ele pode ter sido 'retirado' de dentro da casa, mas não se sabe por quem e com qual objetivo. A familia não quer acreditar que o menino esteja morto e pede pelo amor de Deus se alguém viu ou sabe de alguma coisa se manifeste, veja a foto do garoto.
O medo da familia é dos casos absurdos de roubos de órgãos humanos onde crianças são sacrificadas. 'Eu quero meu filho, nem que seja o corpo dele' chora a mãe.
A polícia pediu apoio aos bombeiros e soldados do Exército que reviraram um poço e uma mata no fundo do abrigo, durante um mês, sem encontrar vestigio da criança. O abrigo foi condenado pelo Ministério Público porque não oferece seguranças para as crianças.
O promotor Luiz Fernando Pepino propôs que a casa de apoio da prefeitura fosse retirada daquele lugar para o centro como era na gestão passada conforme padrões do ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente).
O assunto virou até debate político porque o ex-prefeito Chaparral mantinha a casa de apoio no centro, mas o atual prefeito Wanderlei Farias por contenção de despesa transferiu o abrigo para o bairro Recanto das Acácias, aproveitando uma sede abandonada de uma escola. “Um abrigo de crianças tem que ter aspecto de casa e não de colégio. O certo era mudá-lo” disse o promotor, antes de sua transferência. Todavia a secretária de Ação Social, Laura Beatriz, responsável pela casa, ignora o assunto e mantém o abrigo no mesmo lugar onde antes funcionava uma escola.