JOANICE DE DEUS Da Reportagem
O trabalho de encaminhamentos para inclusão em escolas, acompanhamentos de conflitos familiares, atendimentos psicológicos, avaliações sociofamiliares e outros serviços prestados pelo Conselho Tutelar (CT) do Coxipó, em Cuiabá, está comprometido por conta da precariedade e das más condições de trabalho em que são submetidos os cinco conselheiros e demais servidores que atuam no órgão.
Em uma estrutura física pequena e apertada, os funcionários precisam dividir o espaço com móveis velhos e equipamentos velhos como cadeiras que estão acumulados ou amontoados pelos cantos da unidade juntando poeira. 'Desde janeiro encaminhamos ofício ao setor de patrimônio da Secretaria de Assistência Social para recolher esses móveis e até hoje nada', lamentou o conselheiro Valdir Donato.
Para piorar a situação, o CT do Coxipó não conta com um funcionário responsável pela limpeza e o serviço está suspenso há cerca de cinco meses. 'Temos feito uma escala entre os conselheiros e os administrativos para fazer esse trabalho. Hoje (ontem), cheguei cedo e limpei a sala porque não dava para trabalhar', disse.
Porém, os problemas não param por ai. As paredes têm infiltrações, mofo, as janelas não têm vidros e são tampadas por papelões ou plásticos. Além disso, há apenas dois sanitários que são utilizados pelos funcionários e pelas famílias.
Para quem trabalha no local, a atual estrutura física necessita de reforma urgente. Porém, como o espaço não comporta a demanda de atendimento, o ideal seria a transferência para um prédio apropriado. 'Há dois anos passaram uma tinta no prédio com a proposta de logo mudar a estrutura para outro local. Após, se falou em uma verba de R$ 3,5 milhões para a construção das sedes dos seis Conselhos Tutelares existentes na cidade', comentou Donato.
No CT, também não existem cômodos próprios e adequados para receber crianças ou adolescentes em situação de risco. 'O atendimento deveria ser individualizado, mas o trabalho é tudo misturado', destacou o conselheiro. Até por conta do pequeno espaço, o órgão tem poucos móveis, a maioria já deteriorada pelo tempo, o que não propicia condições suficientes de atendimento.
O Conselho Tutelar do Coxipó atende entre 15 e 20 crianças e adolescentes por dia de 58 bairros da região, além de nove condomínios. Todo o acolhimento e assistência é feito em meio ao entulho de móveis quebrados e um local praticamente insalubre.
Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Cuiabá informou que está em processo de parceria com a Secretaria Extraordinária para a Copa (Secopa) para a construção das seis novas sedes do Conselho Tutelar. O valor é de aproximadamente R$ 3,5 milhões. Em paralelo, a administração municipal pleiteia junto à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a construção de uma sede padrão do Conselho Tutelar, no valor de R$ 600 mil.
A Prefeitura de Cuiabá garantiu ainda que iniciou o projeto de construção de um abrigo para menores de 0 a 12 anos, tanto meninos como meninas. Acima desta idade, a Secretaria Municipal de Assistência Social tem uma parceria com entidades não-governamentais que atendem meninos de 12 a 17 anos e 11 meses. |