O Dia 18 de maio é consagrado ao enfrentamento ao abuso e exploração sexual de criança e adolescentes, uma tradição no Brasil, que nasceu com a trágica morte da pequena Araceli, que foi violentamente abusada, estuprada, drogada e assassinada.... Araceli era a segunda filha do eletricista Gabriel Crespo e da boliviana radicada no Brasil Lola Sánchez. Viviam numa casa modesta, na rua São Paulo (hoje rua Araceli Cabrera Crespo), no bairro de Fátima, na cidade de Serra, vizinha à cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo.[1] [2] No dia 18 de maio de 1973, Araceli, então com 8 anos de idade, saiu de casa normalmente para ir à escola e não retornou mais. A ausência de Araceli foi notada pelo pai quando a menina não voltou para casa depois da escola, o Colégio São Pedro, em Vitória.[3] Pensando se tratar de um sequestro, distribuiu fotografias da filha aos jornais locais.[3] O corpo da menina Araceli foi encontrado 6 dias depois nos fundos do Hospital Infantil de Vitória (Hospital Jesus Menino).[4] Uma das hipóteses era de que a menina teria sido mandada pela mãe para entregar um envelope a Jorge Michelini, tio de Dantinho, um dos suspeitos de sua morte.[4] Chegando lá, os acusados a teriam drogado, estuprado e assassinado num apartamento do Edifício Apolo, no centro de Vitória.[4] Porém, de acordo com a promotoria (e depoimento de Marislei Fernandes Muniz) Araceli esperava o ônibus depois da escola no dia 18 de maio de 1973, quando Paulo Helal, que estava em seu Mustang branco, pediu para Marislei dizer à menina que 'Tio Paulinho' a chamava para levá-la para casa. Foi comprovado que a menina foi mantida em cárcere privado por dois dias, no porão e no terraço do Bar Franciscano, que pertencia à família Michelini. Tudo sendo do conhecimento de Dante Michelini, pai de um dos acusados, conhecido como Dantinho. Os rapazes, sob efeito de barbitúricos, teriam lacerado a dentadas os seios, parte da barriga e a vagina da menina.[4] A menina foi levada agonizante para o Hospital Infantil, mas não resistiu. Os acusados ainda permaneceram com o corpo; mantiveram-no sob refrigeração e jogaram-lhe um ácido corrosivo para dificultar a identificação do cadáver de Araceli.[4] Em seguida, jogaram os restos mortais da menina num terreno próximo ao mesmo Hospital Infantil. Os suspeitos do crime eram pessoas pertencentes a duas famílias influentes do Espírito Santo. Os nomes dos envolvidos no caso eram Paulo Constanteen Helal, conhecido como Paulinho, e Dante Michelini Júnior, conhecido como Dantinho. Este último era filho do latifundiário Dante Michelini, influente junto ao regime militar,[4] enquanto Paulinho era filho de Constanteen Helal, de família igualmente poderosa. Eles eram conhecidos na cidade como usuários de drogas que violentavam garotas menores de idade. O bando teria sido responsável também pela morte de um guarda de trânsito que havia lhes parado.[4] Ambos foram citados nos artigos 235 e 249 do Código Penal.[5] Também foi apontada como suspeita a própria mãe de Araceli, Lola Sánchez, que teria usado a própria filha como 'mula' para entregar drogas a Jorge Michelini.[3] Lola seria um contato na rota Brasil–Bolívia do tráfico de cocaína e desapareceu de Vitória no ano de 1981,[3] residindo atualmente em seu país de origem. O pai de Araceli, Gabriel Crespo, faleceu em 2004.[1] No próximo dia 10/04/2015, na Coordenadoria da Infância e Juventude - CIJ/TJ - as 15 horas, estaremos reunidos para planejar as ações para que casos como da menina Araceli não caiam no esquecimento...pois 'Esquecer é permitir, lembrar é combater'' |