O Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) fez um balanço positivo da X Conferência Nacional da Criança e Adolescente (Conanda). Presidente da entidade, Annelyse Cândido, afirma que a edição deste ano trouxe avanços importantes por dar voz e proporcionar a participação do próprio segmento a quem defende: a criança e adolescente.

O evento foi realizado nesta semana em Brasília e reuniu conselheiros, delegados, presidentes de entidades, além de jovens de todo o país. Entre os temas tratados e que servirão como norteadores dos trabalhos realizados pelo Cedca nos próximos dois anos, estão a política nacional dos direito da criança e adolescente e participação da juventude.

“Um dos lemas dos Direitos Humanos é que não tem como propor política para um determinado segmento sem a participação dele. E lá na conferência isso se fez presente. Tivemos mais de 60 crianças participando e cerca de 400 adolescentes de todo país debatendo ativamente sobre o assunto. Esse foi um avanço muito importante”, considerou Cândido.

Djeison Rique, de 18 anos, foi um dos adolescentes que receberam voz no Conanda. Ele já atua como representante dos jovens da região Centro-Oeste na Conferência Nacional dos Direitos Humanos e comenta que a décima edição do Conanda foi um espaço de integração em que todos puderem ter maior contanto com os diferentes cenários existentes no Brasil.

“Todos puderam ter mais contato com essas diversidades e com isso, houve uma maior integração dos setores dos Direitos Humanos. Lá estiveram presentes quilombolas, indígenas e com eles conhecemos realidades diferentes a respeito da situação da política para jovens no país. E todos estavam muito famintos pelo debate, foi um momento único”, disse.

Temática

Também integraram a comissão mato-grossense que participou do evento, uma adolescente indígena e, pela primeira vez, um representante do sistema socioeducativo. Todos, se reuniram para debater o tema central do Conanda “Política e Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes”.

A discussão foi dividida em torno de nove eixos. Entre eles, a participação de crianças e adolescentes nos espaços de mobilização das políticas públicas, representatividade e diversidade na composição dos conselhos, reconhecimento e deliberação dos conselhos, fortalecimento dos conselhos tutelares entre outros.

Ao todo, 72 propostas foram aprovadas e deverão nortear os trabalhos de entidades vinculadas ao trabalho com crianças e adolescentes pelos próximos dois anos, até que a próxima edição do Conanda seja realizada.