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Mapa da Violência mostra que rgiões antes pacificas concentram a maioria dos crimes. | |||
04/01/2012 | |||
Mapa da Violência mostra que regiões antes pacíficas concentram a maioria dos crimes
“Sem financiamento, esse estudo é feito de forma independente”, pontuou o sociólogo e diretor responsável pelo estudo Mapa da Violência 2012: Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil, Júlio Jacobo Waiselfistz, realizado pelo Instituto Sangari. Em sua 12ª edição, o levantamento traz dados desde 1980 que possibilitam uma visão panorâmica da perspectiva do fenômeno da violência homicida no País. Possui dados das 27 unidades federativas, 33 regiões metropolitanas, 27 capitais e 5.564 municípios. Resultado: as taxas de homicídios estagnaram no Brasil, mas a análise delas comprova a migração do crime para regiões que antes não passavam por essa situação. Para responder a questão: o que mudou nesse período, desde a época em que foram feitos os primeiros mapas, até os dias de hoje? A pesquisa apresenta que, por um lado, os números de homicídios estagnaram, porém as altas são taxas. Esse cenário piora, quando nota-se que esse tipo de violência aumentou em áreas de menor densidade e peso demográfico, conhecidas como regiões pacíficas. Medo da violência Interpretando os números O Mapa mostra que nesses 30 anos o Brasil já ultrapassou um milhão de vítimas de homicídio. “Vemos que a média anual de mortes por homicídio no País supera, e em casos de forma avassaladora, o número de vítimas em muitos e conhecidos enfrentamentos armados no mundo”, de acordo com trecho retirado do estudo (página 20). Ele ainda afirma: “A gente não consegue ver a concreticidade dos fatos. Em 30 anos, está o número total de mortos igual a uma cidade inteira morta com uma bomba atômica, por exemplo. No Brasil, um País sem conflitos políticos, nem étnicos e religiosos, nem de fronteira, mataram mais gente do que esses países em conflito, em guerra, ou em guerrilha”. Antes pacíficos, hoje líderes de violência Ele também mostrou outra tabela em que apresenta a evolução das sete unidades federativas com as menores taxas de homicídio no ano de 2000. Entre os anos 1980 e 1999, o Brasil passou de 11,7 para 26,2 homicídios em 100 mil habitantes, representando um aumento de 124%. Nesse mesmo período, os sete Estados mais violentos no ano 2000 cresceram 175,7% e os 17 menos violentos no mesmo ano cresciam de forma mais moderada: 48,5%. Para justificar essa disseminação dos casos de violência homicida, o pesquisador citou que com o aumento dos pólos de crescimento econômico, traz violência a locais sem tanta infraestrutura, além de outros fatos: zonas de fronteiras; turismo predatório; regiões marcadas por ações de desmatamento de sua mata original; e a bandidagem tradicional. Ele também ressaltou a cultura da violência em países da América Latina. O estudo também possui taxas de homicídio e índices de vitimização por raça/cor. Lá é possível notar que apenas no Paraná é o local que mata mais pessoas brancas do que negras. Em outros Estados, morre-se mais negros do que brancos. Na Paraíba, por exemplo, para cada branco morto, morre 17 negros. Quando o pesquisador questiona por que isso ainda acontece, ele mesmo responde: “a morte do branco é um crime mais visível. Negros mortos em bairros mais afastados não repercutem tanta mídia”. População jovem morre mais O estudo trouxe dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde que registrou 1,1 milhões de vítimas de homicídio. Indica que apenas um grupo pequeno de cidades, 13, por exemplo, alcançou esse número de habitantes no censo de 2010. Com essas estatísticas de mortalidade, no ano de 2010, 50 mil assassinatos no Brasil, com um ritmo de 137 homicídios diários. Na conclusão do Mapa da Violência 2012, fica registrada a necessidade de políticas públicas para resolverem reformulações e deslocamentos. Sugere inclusive maior diálogo dessas políticas em diferentes esferas (nacional, estadual e municipal) sobre segurança pública. O diretor responsável pela pesquisa comentou que os conflitos dos países da América Latina também podem influencia a cultura de violência no Brasil. |
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Fonte: Promenino | |||
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